2 de abr. de 2010



Na natureza nada anda para trás, tudo anda para frente.




Que grande verdade!

Mas, então porque estamos sempre com “vontade de querer correr” mais, além do normal, ou porque ficamos frustrados por não conseguir fazer tudo o que gostaríamos durante o dia, ou então sem o mesmo pique de alguns colegas de trabalho para atingir metas, ou simplesmente entregar os relatórios no tempo estipulado?

Ou estamos dentro, ou estamos fora de algum padrão. Ou puxamos, ou estamos sendo puxados por normas e diretrizes.

Toda a natureza anda para frente, nunca para trás.
O que acontece é que todos andamos em velocidades diferentes, pois o homem não é uma máquina que pode ser configurada mudando-se o setup. Entretanto, precisamos quebrar paradigmas, para que possamos fazer diferente, fazer melhor, mais rápido, com menos custos, enfim, matar um leão por dia.

O conceito paradigma veio à tona nos anos 1970/80, e vem sendo utilizado com freqüência desde que o filósofo e físico americano Thomas S. Kuhn a empregou em seu livro The Structures of Scientific Revolutions, significando modelo ou padrão a ser seguido para o estudo dos fenômenos e da realidade.

Traduzindo para o nosso dia-a-dia, o que é um paradigma? Paradigmas são padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. É um standard. É um padrão a ser seguido.

Desde cedo, observamos esta situação em nossa vida escolar. Quantos de nós não nos sentimos tristes e desestimulados por não compreender a matéria tão rapidamente como o nosso colega ¨gênio¨ da carteira ao lado?

No mundo profissional, os que produzem numa velocidade baixa, sentem-se inferiorizados, com uma autoestima talvez ainda mais baixa, e vivem sob estresse constante, numa angústia por nunca atingirem o padrão solicitado. Já outros, que produzem numa velocidade superior, também se sentem frustrados, já que têm uma capacidade maior na atividade em questão, e por isso reclamam e também ficam desestimulados.

O que se busca nestes casos? Quebrar o paradigma. Para quê? Para uma melhoria contínua (se você respondeu que é para buscar a qualidade, saiba que este conceito está ultrapassado nos dias atuais. A busca da qualidade tornou-se condição ¨sine qua non¨ para a sobrevivência empresarial).

É da natureza tudo andar para frente. Está culturalmente arraigado em nossa sociedade, e em nossas mentes que estar parado já é andar para trás.

A dificuldade está em conviver e gerenciar pessoas de velocidades diferentes.

Qual é o nosso desafio? O equilíbrio. Mas como ter equilíbrio, se sequer existe tempo para cumprir o básico, atendendo clientes, ou fazendo o operacional do dia-a-dia? Aí já está inserida a resposta. Estamos somente olhando o quê e como produzimos. Todos sempre estamos envolvidos no cumprimento de metas, mas nunca damos o devido tempo para uma reflexão interior, uma auto-análise.

Vejamos: para sabermos para que lado está indo o ciclone, precisamos sair do olho dele. Precisamos observá-lo de outra dimensão. Desta maneira, podemos ver o rastro que ele já deixou, e para que lado tende a seguir. Se nos mantivermos dentro dele, ficaremos atordoados e provavelmente sucumbiremos.

Precisamos nos voltar para o nosso interior, nos voltar para o nosso próprio ser, e como gestores, precisamos estender a mão e ajudar aos que estão abaixo da velocidade, abaixo do standard.

Aprendemos que para ter sucesso em qualquer atividade, ou para que sejamos felizes, precisamos ter equilíbrio. Isso igualmente acontece com nossos compromissos particulares. Quase sempre achamos uma brecha em nossa agenda, justamente nos momentos que escolhemos para cuidar de nós mesmos. Assim, abdicamos de uma academia, do cinema, daquele livro escolhido a dedo, de um curso, ou mesmo de um passeio, ou um simples estarmos reunidos com nossa família, sacrificando momentos que deveriam ser para nós.

Mais uma vez, volto a mostrar que vivemos para os outros, para o padrão (standard) da sociedade. Entretanto, chega um certo momento em que é preciso quebrar o paradigma...Paradigma de novo? Mas, paradigma é um padrão, e não a bagunça como gerenciamos a nossa vida.

Estamos indo ao contrário da lei natural da natureza que é evoluir sempre.

Lamentavelmente nós, homens (e mulheres) achamos que estamos evoluindo. Mas, precisamos mesmo é de uma “reengenharia”, precisamos de uma reforma íntima, para aí sim reencontrarmos o equilíbrio e voltarmos a evoluir como seres humanos, como profissionais. Precisamos dar o primeiro passo com convicção, e em breve estaremos dando o segundo passo... De repente, quando menos esperarmos, estaremos brilhando no caminho que escolhermos, com equilíbrio e alegria.

Por isso, pense bem novamente, quando repetir a palavra ¨paradigma¨.

Artigo: Christiano Wide